sábado, 6 de novembro de 2010

Karla Bardanza

Há um sossego cruel dentro de mim
Quando penso em ti e em teu olhar de céu.
Tua alma tatuada em fios, em sonhos de
Papel pega minha mão e eu posso escutar
Teu sorriso inundando as estrelas, viajando
Para além de minha delicadeza e todo o seu além.
Há um abandono sublime em meu coração
Quando penso no passado fechando portas,
Calando minha voz, fugindo de ti, perdendo
O nós. Passos para outros momentos, um
Estranho vento levando para muito longe
Tudo que ainda permanece e nos esquece.
Há uma vaga música tocando ao redor,
Lembrando que ainda estou só nisso que
Me consome e apaga dias e lembranças.
Ouço com minha quietude tuas palavras,
Leio tuas entrelinhas e calada sinto sempre
Que você me tornou uma mulher encantada.
Fada sem magia, sintonia que se perdeu,
Algo que nunca foi meu some em brumas,
Em um tempo que algum dia foi acolhedor.
Sem lágrimas, sigo adiante sem saber, sem
Entender se isso foi um vento destruidor ou
Apenas a tola ilusão de um verdadeiro amor.
Karla Bardanza

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