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O Sorveteiro
Passa o sorveteiro
nas ruas da memória.
O som da sineta
nos chamava à calçada.
- Quanto moço?
- tem de abacaxi?
E lá se ia badalando
a sineta rua à fora.
Doces tardes sonolentas
da infância que passou!
Não sei porque lembro disso!
Talvez porque a tarde,
pestaneje de sono como outrora,
ou talvez porque a menina que fui,
ainda olhe curiosa a rua,
por trás de meus olhos de adulta,
a espera dos sabores
que a vida lhe trará.
Lenise Marques
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
O Sorveteiro
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