sexta-feira, 7 de maio de 2010
Eu não sei se você se recorda de como era
a sua vida quando mais jovem, mas com
certeza você se lembra de como usava o
cabelo, dos presentes preferidos no
aniversário, assim como se recorda do seu
corpo mais rígido e da sua cabeça que não
era como a que tem, agora. Hoje, dez
anos depois, tudo mudou, inclusive a
cama, não o colchão ou os lençóis,
mas a cama propriamente dita, assim
como os seus desejos, a sua ousadia, o
desempenho na relação e o gozo
conseguido. É claro que algumas coisas
não mudaram, como o seu caráter e a
sua fidelidade para com os amigos e
com você mesma. Mas outras, querendo
ou não, mudam a cada década vivida e
o sexo então, nem se fala. A propósito;
como será você quando tiver 30 ou 40
anos de idade, cinquenta, quem sabe?
Como será você, sexualmente? Quando
se tem 20 anos a animação é grande.
As mulheres fazem preliminares
tântricas, sem tempo para terminar. E
faz isso em qualquer lugar; no capô de
um carro, no escritório do namorado,
no escurinho do cinema, numa rua ou
praia deserta. Transam na escadaria
do prédio e sem pudor algum contam
para as amigas do escritório ou do
colégio. Com o tempo essas coisas vão
mudando e o que se fazia em um dia
achando que o tempo passava rápido
demais, faz-se, hoje em duas horas,
porém muito mais bem feito. O prazer é
imenso e as horas parecem que não
passam. Foi assim com uma amiga que
tinha um namorado e jurava ser ele o
cara de sua vida. Ficou três meses com
o sujeito. Mais tarde ficou com outro, da
mesma igreja. Ele não foi o primeiro
com quem transei, mas tem tudo a ver
comigo, dizia ela introspectiva. Na última
vez em que estivemos juntos ela jurou
ter encontrado a sua cara metade. Eu e
o meu namorado fazemos coisas que eu
sempre repudiei nas putas, mas com ele
eu acho maravilhoso, mesmo que eu
continue achando que não são coisas
que mulher direita, afirmou ela
desviando o seu olhar do meu, faz. O
tempo muda cada pessoa no decorrer
dos dias. Muitas mudam para melhor,
outras se acovardam, mas de certa
forma, mudam também. Com a perda
do medo o corpo aproveita e se perde
em gozos múltiplos. Carinhos atrevidos,
sussurros ao pé do ouvido e além da
janela mal trancada que o vento abre, a
luz. As cores da vida. O grito da loba. O
círculo que se encerra, mais uma vez
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