segunda-feira, 3 de maio de 2010
Nesse País de lenda, que me encanta,
Ficaram meus brocados, que despi,
E as jóias que plas aias reparti
Como outras rosas de Rainha Santa!
Tanta opala que eu tinha! Tanta, tanta!
Foi por lá que as semeei e que as perdi...
Mostrem-se esse País onde eu nasci!
Mostrem-me o Reino de que eu sou Infanta!
Ó meu País de sonho e de ansiedade,
Não sei se esta quimera que me assombra,
É feita de mentira ou de verdade!
Quero voltar! Não sei por onde vim...
Ah! Não ser mais que a sombra duma sombra
Por entre tanta sombra igual a mim!
Florbela Espanca
Amor e poesia
nos finais de tarde,
aquieto-me com meus versos,
e em silêncio amo-te.
(Antonio Carlos Meneses)
POEMA QUIETO
Deixe que o silêncio discorra por nós
e ache as respostas.
Que nos beije o peito,
que nos coce as costas
e nos dê o direito de calar
o tempo.
Deixe que ele cubra o momento
e se distenda leve
como um lençol de renda;
que seja arguto o bastante
para impedir o instante de ser breve,
Deixe que o silêncio nos proteja.
Pra que ninguém escute,
nada se revele
e possamos trocar as nossas peles
sem que a censura veja.
Flora Figueiredo
In Calçada de Verão
BEIJO FURTADO
O beijo é uma confissão de amor
Que se segreda na boca prolongado
E se ouve no coração sedutor
Melhor que o beijo dado
É o beijo desejado no interior
Toda história de amor só presta se tiver o desejo
Como ponto final de um beijo de amor bem apertado
Beijo é uma sentença de peso
O beijo é o fósforo aceso quando é muito desejado
Tem coisa melhor que o beijo roubado com firmeza destemida?
Não me roubes um beijo e não me farás pecar pela fraqueza
O beijo é uma justaposição anatômica dos músculos com leveza imprimida
De duas bocas em estado de contração e sofreguidão com certeza
(Maria de Fátima A.Guimarães)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário