terça-feira, 31 de maio de 2011

Flamenco

Adoptei o amor para companheiro

 

Imagem 176 (2)

 

I will adopt the love for companion

 

and I will listen to it singing, and will drink it like wine,

and I will use it like garment.

In aurora, the love will wake me

and it will drive me to the distant meadows.

To the midday, it will drive me in the shade of the trees

where I will protect myself of the sun like the birds.

To the sunset it will drive me to the setting,

where I will hear the melody of the nature

being dismissed of the light, and I will meditate

the shadows of the quiet fluttering in the space.

At night, the love will hug me,

and I will dream about the superior worlds

where there live the souls of the fascinated ones and of the poets

(Khalil Gibran)

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Charles Chaplin

"A coisa mais injusta sobre a vida
é a maneira como ela termina. Eu acho
que o verdadeiro ciclo da vida está todo
de trás pra frente. Nós deveríamos morrer
primeiro, nos livrar logo disso.
Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora
de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio
de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos
até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua
aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool,
faz festas e se prepara para a faculdade.
Você vai para colégio, tem várias namoradas,
vira criança, não tem nenhuma responsabilidade,
se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe,
passa seus últimos nove meses de vida flutuando.
E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito?"
(Charles Chaplin)

Poesia–Clarice Lispector

Sonhe com o que você quiser.
Vá para onde você queira ir.
Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida
e nela só temos uma chance de fazer aquilo que queremos.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
-Clarice Lispector -

sábado, 28 de maio de 2011

 

Nada me prende a nada.
Quero cinqüenta coisas ao mesmo tempo.
Anseio com uma angústia de fome de carne
O que não sei que seja -
Definidamente pelo indefinido...
Durmo irrequieto, e vivo num sonhar irrequieto
De quem dorme irrequieto, metade a sonhar.
Fecharam-me todas as portas abstratas e necessárias.
Correram cortinas de todas as hipóteses que eu poderia ver da rua.
Não há na travessa achada o número da porta que me deram.
Álvaro de Campos
Lisbon revisited (1926)

"...Que sonhos? ... Eu não sei se sonhei ... Que naus partiram, para onde?
Tive essa impressão sem nexo porque no quadro fronteira
Naus partem — naus não, barcos, mas as naus estão em mim,
E é sempre melhor o impreciso que embala do que o certo que basta,
Porque o que basta acaba onde basta, e onde acaba não basta,
E nada que se pareça com isto devia ser o sentido da vida...
(Álvaro de campos)

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Procastinação

PROCRASTINAÇÃO

 

Adiar compromissos traz alívio apenas temporário.

O hábito de adiar tarefas- é mundial, tanto que é objeto de estudo de um grupo de pesquisa da Universidade Carleton (Canadá) e tema de vários livros nos Estados Unidos. Afinal, de acordo com os especialistas, todas as pessoas, sem exceção, procrastinam. O que varia é a freqüência com que fazem isso.

Deixar para depois não é sinal de que a preguiça ou a irresponsabilidade imperam. “Aquele que procrastina prioriza coisas menos importantes em vez de direcionar suas ações para aquilo que seria mais necessário realizar. Ele coloca diversas tarefas menores na frente”.

Mais do que uma questão de não administrar bem o tempo, o ato de procrastinar faz a pessoa viver a ilusão de que, adiando, tudo será solucionado como num passe de mágica.

O adiamento pode proporcionar um alívio temporário, uma sensação de tranqüilidade, porque a pessoa crê que tudo vai dar certo no final.

A pessoa que procrastina não se relaciona bem com o real. “A realidade assusta. Com medo, a pessoa vira uma espécie de avestruz: enfia a cabeça na terra com a esperança de aquela realidade mude”.

Mas não só a realidade que desagrada (como, por exemplo, ter de dizer a um amigo, que não será possível pagar uma dívida no prazo combinado) faz com que as pessoas adiem seus compromissos. “Quem procrastina não toma essa atitude somente em relação às situações que causam desconforto, mas também diante daquilo que lhe dá prazer”.Como exemplo uma aluna que adora escrever cartas, mas, na hora de leva-las ao correio, sempre demora alguns dias. Ela diz que não se sente inspirada. Mas desde quando é preciso inspiração para ir ao correio?

A consciência da própria mortalidade é que faz as pessoas postergarem alguma atividade, seja ela interessante ou desagradável. Se elas têm a chance de adiar alguma escolha, fazem-no porque têm a sensação de estar garantindo o dia de amanhã. É uma forma de se iludir, de tentar se tornar imortal.

Talvez por isso as pessoas idosas sejam menos afeitas ao adiamento. A experiência de ter passado por vários momentos de perda faz com que os idosos tenham mais clareza para identificar o que é prioritário ou não. E os mais saudáveis podem olhar para trás e dizer: “Muitas coisas que eu quis eu realizei, não preciso ter essa ansiedade de garantir que amanhã serei útil”.

Fase crítica – O início da vida adulta, dizem os especialistas, é o período mais crítico quando se fala em procrastinação. Na adolescência, o adiamento é conseqüência principalmente do medo de fazer alguma coisa e ser criticado. Por volta dos 24, 25 anos, a pessoa começa a ser obrigada a assumir responsabilidades que, antes, quando contava mais com o auxílio direto dos pais, podia delegar com certa facilidade.

“A pessoa sofre o impacto das muitas coisas que tem de realizar e, como ainda não tem o know-how para conciliar tudo, pode adiar decisões importantes”.

O problema é que, nesse período, se a pessoa não parar para refletir sobre os motivos do adiamento, pode fazer com que esse comportamento torne-se padrão em sua vida.

Muitas crianças acabam se tornando procrastinadoras por causa dos pais. “Se o pai diz que o filho só pode sair para brincar se arrumar o quarto antes, mas não explica a importância de priorizar as coisas, a criança vai ficar ansiosa para sair e pode não se concentrar na arrumação”.

Independentemente da fase em que a procrastinação ocorre, as conseqüências que esse hábito traz podem ir além do nível prático (como chegar atrasado a uma festa porque a compra do presente ficou para o último minuto), tendo reflexos na saúde da pessoa. A procrastinação é um problema sério, que pode causar transtornos psicológicos e atingir o nível físico.

Além de ser obrigada a arcar com as conseqüências de compromissos perdidos ou de tarefas malfeitas, a pessoa que deixa tudo para depois pode ter problemas físicos e mentais.

O sentimento de culpa é um dos que mais atingem essas pessoas. E o pior é que elas sentem culpa não pelo que fizeram, mas pelo que deixaram de fazer. Isso acaba gerando muito desgaste. Às vezes o indivíduo apresenta um quadro sério de stress, sente-se ansioso, o que pode gerar dores de cabeça, aumento na pressão arterial e problemas de estômago.

As pessoas que procrastinam sofrem com mudanças no seu comportamento psíquico, mas, muitas vezes, não percebem essas alterações, como conseqüência, a saúde física acaba sendo abalada.

Cerca de 20% da população norte-americana sofre do que se chama procrastinação crônica, que acontece quando a rotina da pessoa passa a ser bastante prejudicada pelo seu comportamento de adiar.

Conseqüências

Como acaba dependendo demais dos outros, pode estabelecer uma relação desgastante com familiares e amigos. Pode desenvolver um sentimento autodestrutivo, acreditando que tudo o que faz é ruim ou tem pouca importância. Sofre com a perda da autoconfiança, o que faz com que as ações posteriores àquelas que adiou tornem-se ainda mais difíceis de serem realizadas.

Tende a ficar ansioso quando percebe que não vai conseguir realizar aquilo a que se propôs. Quando se conscientiza de que adiou demais, pode apresentar um comportamento depressivo.

Atitudes para evitar adiamentos

Identifique motivos – Exercite o autoconhecimento e tente perceber as atitudes que você costuma adotar quando adia alguma tarefa. Pergunte-se sempre: “Porque é importante fazer isso agora? Porque deixar de fazer aquilo? Porque estou evitando resolver esse problema?”. Encare a realidade – Enfrente as situações do dia-a-dia como elas de fato se apresentam. Não tente criar a ilusão de que são mais fáceis ou menos importantes.

Calcule o Tempo – Tente não superestimar ou subestimar o tempo necessário para a realização das tarefas. Procure organizar sua agenda de modo que tenha tempo suficiente para fazer aquilo de que precisa.

Analise o ambiente – Verifique se você não está adiando as tarefas por causa das condições do ambiente em que está. Em um escritório, por exemplo, a luminosidade inadequada e o nível de ruído podem contribuir para a perda de concentração e, conseqüentemente, para a procrastinação. Isso vale também para as atividades que você tem de fazer em casa.

Permita-se errar;

Aja no lugar de pensar;

Aperfeiçoe-se;

Ajuste a agenda – Procure saber em que período do dia você é mais produtivo, aquele em que está menos cansado e mais disposto a realizar suas atividades.

Aguas de Março

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Alfonsina Storni

AlfosinaStorni.jpg
Alfonsina Storni.

Nacimiento

29 de mayo de 1892

Flag of Switzerland.svg Sala Capriasca, Suiza

Defunción

25 de octubre de 1938 (46 años)

Bandera de Argentina Mar del Plata, Buenos Aires, Argentina

Nacionalidad

Bandera de Argentina Argentina

Período

Siglo XX

Género

Poetisa, escritora

Movimientos

Posmodernismo

Firma
Firma Alfonsina Storni.jpg

Alfonsina Storni Martignoni (Sala Capriasca, Suiza, 22 o 29 de mayo de 1892[1] [2] [3] [4]Mar del Plata, Argentina, 25 de octubre de 1938) fue una poetisa y escritora argentina del modernismo.[5]

Sus padres, dueños de una cervecería en San Juan, regresaron a Suiza en 1891. Y en 1896 volvieron a Argentina junto con Alfonsina, quien había nacido durante la estadía de la pareja en el país europeo. En San Juan concurrió al jardín de infantes y desarrolló la primera parte de su infancia. A principios del siglo XX la familia se mudó a Rosario, donde su madre fundó una escuela domiciliaria y su padre instaló un café cerca de la estación de ferrocarril Rosario Central. Alfonsina se desempeñó como mesera en el negocio familiar, pero dado que este trabajo no le gustaba se independizó y consiguió empleo como actriz. Más tarde recorrería varias provincias en una gira teatral.[6]

Storni ejerció como maestra en diferentes establecimientos educativos y escribió sus poesías y algunas obras de teatro durante este período. Su prosa es feminista, ya que busca en ella la igualdad entre el hombre y la mujer, y según la crítica, posee una originalidad que cambió el sentido de las letras de Latinoamérica. Otros dividen su obra en dos partes: una de corte romántico, que trata el tema desde el punto de vista erótico y sensual y muestra resentimiento hacia la figura del hombre, y una segunda etapa en la que deja de lado el erotismo y muestra el tema desde un punto de vista más abstracto y reflexivo. La crítica literaria, por su parte, clasifica en tardorrománticos a los textos editados entre los años 1916 y 1925 y a partir de Ocre encuentra rasgos de vanguardismo y recursos como el antisoneto. Sus composiciones reflejan, además, la enfermedad que padeció durante gran parte de su vida y muestran la espera del punto final de su vida, expresándolo mediante el dolor, el miedo y otros sentimientos.[7]

Fue diagnosticada con cáncer de mama, del cual fue operada. A pedido de un medio periodístico se realizó un estudio de quirología, cuyo diagnóstico no fue acertado. Esto la deprimió, provocándole un cambio radical en su carácter y llevándola a descartar los tratamientos médicos para combatirla.[8]

Se suicidó en Mar del Plata arrojándose de la escollera del Club Argentino de Mujeres. Hay versiones románticas que dicen que se internó lentamente en el mar. Su cuerpo fue velado inicialmente en esa ciudad balnearia y finalmente en Buenos Aires. Actualmente sus restos se encuentran enterrados en el Cementerio de la Chacarita.[9]

Nova-iorquino vive numa casa diferente todas as semanas

 

Ed mudou-se para Nova Iorque para viver com a sua namorada

Há meses, Ed Casabian conheceu num bar uma rapariga estimulante. Ela deve ter achado o mesmo sobre ele, e ficou curiosa. A certa altura da conversa, perguntou-lhe onde vivia. Quando Ed referiu Central Park South - uma das zonas mais caras de Nova Iorque, junto ao Central Park - o interesse dela cresceu. Ficaram de marcar um encontro para uma semana depois. Mas quando nessa altura foi de novo referida a questão da morada, Ed admitiu que passara a residir em Queens, um 'borough' além-rio cujo habitante típico é de classe modesta. O encontro nunca chegou a acontecer.
Azares de quem muda de uma zona chique para outra menos prestigiada. No caso de Ed, as mudanças nesse sentido ou no inverso acontecem semanalmente. Todos os domingos ele pega na mochila e no saco de roupa (onde guarda um fato, mudas para duas semanas, e uma cama insuflável). Após despedir-se dos anfitriões que nos últimos dias o acolheram, atravessa a cidade em direção a outros. Quase sempre é gente desconhecida. A estadia foi marcada antecipadamente a partir do seu blogue NYC Nomad , (o nómada de Nova Iorque), onde a espera já vai longa. Os termos são sempre os mesmos. Ed não paga renda, mas cozinha e faz outras tarefas em casa. Além disso, convida os anfitriões para jantares e saídas à sua conta.
É um esquema original, que se julgaria impossível numa grande cidade, para mais uma geralmente tida por agressiva. Mas o sucesso de Ed mostra quão falsa é uma tal imagem de Nova Iorque. Desde que ele começou o seu périplo, nunca lhe faltou sítio onde ficar, e a diversidade impressiona. Conforme explica, tanto tem ficado em apartamentos de luxo como num de um quarto onde viviam duas raparigas (uma delas com o namorado) e dois cães. O seu objetivo declarado de conhecer gente de "idades, raças, religiões, orientações sexuais e situações económicas" o mais variadas possível está a caminho de ser atingido.

Uma deceção amorosa. Repensar a vida


Ed tem 29 anos e é analista financeiro. Oriundo do Massachassetts, mudou-se para Nova Iorque a fim de viver com a sua namorada de há muito tempo. Mas a relação não resistiu. Quando Ed deixou o condomínio que partilhavam, estava em mau estado e perguntou-se o que é que tinha feito mais feliz. Resposta: viajar e conhecer gente nova. Como não era exequível passar a vida em viagem, resolveu tentar uma experiência equivalente na cidade onde vive e trabalha.  
Inicialmente a ideia era ficar dois meses nesse regime. Vendo a recetividade que tinha, resolveu passar o Verão. Do Verão passou para um ano inteiro. Neste momento já viveu em trinta bairros e tem 'encomendas' para inúmeros outros. Os lugares que deverá habitar nas próximas semanas incluem um barco e a casa de uma família colombiana.
Nunca teve uma má experiência, garante. "Difícil, aterrorizadora, interessante, excitante" são as palavras que usa para descrever os seus próprios sentimentos em relação à ideia que teve e que tão bem sucedida está a ser. Pela sua parte, os anfitriões dizem-se encantados com a sua etiqueta de hóspede e notam que é preciso uma pessoa especial para se lançar numa experiência assim.
De vez em quando, sobretudo quando regressa de um fim-de-semana fora em trabalho, apetecia-lhe um espaço seu onde tenha as coisas que lhe pertencem. Chega mesmo a sentir a nostalgia do seu velho apartamento. Mas diz que os prazeres e gratificações do seu atual modo de vida logo afastam esses pensamentos. Em todo o caso, com a fama que ele já ganhou, a sua vida não deverá ser a que dantes era quando o seu ano de nómada chegar ao fim.      

Afro American Music

 

 

terça-feira, 24 de maio de 2011

A Hora certa por Helena Frontini



A hora certa...

É noite, outra noite insone a me envolver
Pergunto à minh'alma solenemente atenta
Qual a hora certa em que virá o esquecimento.
Será que vem num ímpeto esvaziando o peito
como um balão estourado por mão caridosa
Ou vem devagar como um rio que mansamente
Corre entre as pedras miúdas do meu tempo?
A noite segue seu itinerário sem perceber
Que em mim tudo está singularmente diferente.
Exaurido do sonho diário que não mais aflora.
Só eu sinto a dor que se avoluma e se enrosca
E pousa a cabeça em teu travesseiro.
Qual a hora certa em que virá o esquecimento?
Não sei e não há quem possa me dizer.

-Helena Frontini-

Wikipédia quer ser Património da Humanidade


Jimmy Wales foi um dos co-fundadores, em 2001, da enciclopédia online Wikipedia

Jimmy Wales foi um dos co-fundadores, em 2001, da enciclopédia online Wikipedia

AFP/Getty Images

Será possível considerar um site, ainda que seja um dos dez maiores da Internet, como Património da Humanidade? Jimmy Wales, fundador Wikipédia acredita que sim, e vai promover a candidatura da maior enciclopédia online do mundo junto da Unesco .

Caso venha a ser aceite será o primeiro site - uma realidade do mundo digital - a figurar na lista onde constam monumentos como a Grande Muralha da China ou a Estátua da Liberdade .

Em declarações ao "El País " o diretor da Wikipédia em Espanha, Jorge Sierra, diz que "será um processo demorado, porque antes de conseguir apresentar a candidatura, será preciso estender o conceito de Património da Humanidade. A Unesco terá de estar recetiva a reconhecer um espaço digital."

Atualmente, apenas poderão ser distinguidos como Património da Humanidade espaços físicos, naturais ou culturais, lembra ainda ao "El País" Lucía Iglésias da Unesco.

"Para já, não se considera que um bem intangível possa formar parte do património mundial", explicou, acrescentando; "Para este tipo de iniciativas existem outras categorias, como o Património Imaterial da Humanidade que protege, precisamente, as criações que não são, nem montanhas, nem edifícios, nem monumentos, nem florestas".

Não vai ser fácil

Ainda de acordo com a convenção para a Proteção do Património Natural e Cultural, de 1972 , só serão aceites candidaturas por estados-membros da Unesco. Ou seja, para que a Unesco aceite analisar uma eventual candidatura da Wikipédia, esta terá sempre de ser apresentada por um ou vários países membros Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.

"Terão de ser as autoridades do país onde o bem se encontra localizado a tomar a iniciativa. Tratando-se de um espaço partilhado por vários Estados, estes deverão apresentar uma candidatura conjunta. Os governos costumam analisá-las ao pormenor, mas ainda assim, em muitos casos, é possível que as petições populares sejam escutadas", lembra Lucía Iglésias ao "El País".

Conscientes das dificuldades, Jimmy Wales , decidiu pedir ajuda à opinião pública, lançando hoje mesmo uma campanha mundial, sendo já possível assinar uma petição online .

Até fevereiro de 2012, data limite para a submissão de novas candidaturas, Wales deverá ainda convencer o governo alemão, onde existe uma das comunidades mais ativas desta enciclopédia editada pelos internautas, a avançar com o processo.

 

Bob Dylan Faz Hoje 70 anos

Bob Dylan faz hoje 70 anos [vídeos + fotogaleria] -

Bob Dylan faz hoje 70 anos

A 24 de maio de 1941 nascia em Duluth, Minnesota, Robert Allen Zimmerman. O mundo viria a conhecê-lo como Bob Dylan, um dos maiores vultos da cultura contemporânea.

É impossível definir apenas um Bob Dylan. Houve vários: o herdeiro da folk e do delta blues, o cantor de protesto, o "judas" elétrico, o cristão-novo... Dylan foi romântico, vingativo, comunitário, individualista, introduziu os Beatles à "fumaça", esteve num super-grupo (os Traveling Wilburys) e cantou em "We Are The World", vive em digressão permanente há quase um quarto de século, lança originais em bom ritmo (dois discos em 2009) e reabilita o passado a ritmo ainda maior (as Bootleg Series ). Tem 70 anos. Parabéns!
Veja aqui imagens de um percurso de mais de 50 anos de carreira:

D1

D2

 

quarta-feira, 18 de maio de 2011

JAZZ IN PASKITAN

Poesia de Orlando Paiva

 

Cordel do Amor Cego
Em Literatura de Cordel
Um caso será versado,
Onde o mesmo está sendo
Pela internet divulgado.
Um fato impressionante
Que lhe deixará emocionado.
Existia um certo rapaz
Vivendo grande emoção,
Vítima do anjo cupido
Das flechas da paixão,
Encantado por uma moça
Que enfeitiçou seu coração.
Sua paixão pela moça
Era tipo encantada.
Pensava nela todo instante
Não se concentrava em nada,
Sentia-se muito feliz
Ao lado de sua amada.
Trabalhava o dia inteiro
Tinha uma rotina corrida.
Mas todo dia ele ia
Encontrar sua querida.
Dizia todo orgulhoso
Que ela era sua vida.
Abandonou seus estudos
Para poder trabalhar,
Seu maior desejo
Era com ela casar.
Ganhar muito dinheiro
Uma vida boa lhe dar.
Ter muitos filhos
E uma boa morada.
Vê seus sonhos acontecerem
Sua sina realizada.
Viver feliz eternamente
Ao lado de sua amada.
Mas ele vivia um dilema
Um grande tormento.
Havia um empecilho
Que impedia o casamento,
A moça não enxergava
Era cega de nascimento.
Devido à sua deficiência
Ela estava sempre a lamentar.
Dizia para o rapaz
Que só iria se casar,
Quando fizesse o transplante
E voltasse a enxergar.
O rapaz desta forma
Angustiado vivia,
Com pena da amada
Pois ela muito sofria.
Aguardando um doador
Para sua cirurgia.
Os meses se passavam
Ele aumentava seu sofrer,
Pois seu maior sonho
Era com a moça viver.
"Só depois do transplante"
Ela insistia em dizer.
O rapaz certa noite
Tomou uma decisão,
Chegou para a moça
Disse com precisão:
- Você é minha vida
Manda no meu coração.
- É grande meu sofrimento
Não aguento mais esperar,
Sofro a cada dia
É grande meu penar.
Pois só tenho um sonho
É com você me casar.
- Faço o que for possível!
Ele continuou a dizer:
- Dou minha própria vida
Para poder ter você.
Pois com você casando
Vou parar de sofrer.
Depois das palavras
Começou a chorar.
A moça lhe abraçou
E voltou a afirmar,
Que os dois se casariam
Quando ela voltasse enxergar.
Uma semana se passou
Num amanhecer de um dia,
Ela recebeu uma ligação
Que causou alegria.
Estava sendo chamada
Para fazer a cirurgia.
A cirurgia das córneas
Foi com sucesso realizada.
Sua maior vontade
Tinha se concretizada.
A tão sonhada visão
Estava recuperada.
Dois dias se passaram
Para o namorado ligou,
Sobre sua cirurgia
Com orgulho falou.
O rapaz muito feliz
Com a notícia ficou.
Ele pediu para a moça
Ir com ele conversar.
No fim daquele dia
Ela foi lhe visitar,
Para junto com ele
O casamento marcar.
Quando viu seu namorado
Sentiu faltar o chão,
Pois ela descobriu
Naquela exata ocasião,
Que ele também era cego
Não possuía visão.
Ficou sem entender
Não soube o que falar,
Ficou desconsertada
Não queria acreditar,
Que com um cego iria
A sua vida levar.
A moça naquele momento
Mostrou seu outro lado.
Disse que não mais casaria
Com o seu namorado.
Sendo cego ele seria
Um fardo pesado.
O namorado ouvindo
Não quis acreditar.
Pois seu maior sonho
Era com ela casar.
Sentindo a dor da traição
Começou a chorar.
- Não faça isso comigo
É minha amada querida!
Ao ouvir a moça disse,
De uma forma ressentida:
- Um marido sem enxergar
É um fardo na vida!
A moça sem piedade
Sem ter dele compaixão.
Ordenou que ele esquecesse
E a tirasse do coração.
Pois a partir daquele dia
Não havia mais relação.
O rapaz quase morreu
Naquele triste momento.
As palavras de sua amada
Aumentaram seu sofrimento,
Pois seu maior sonho
Era aquele casamento.
A moça para aumentar
A sua ingratidão,
Disse que partiria
Para outra região,
Procurar novos rumos
Pois agora tinha visão.
Nesse exato momento
O rapaz disse assim:
- Meu amor por você
É fiel e não terá fim.
Cuide das minhas córneas
Faça isso por mim!
- Eu não nasci cego!
Continuou a soluçar:
- Doei-lhe minhas córneas
Para você enxergar.
Pois você me prometeu
Que só assim iria casar.
- Mas me enganei,
O destino foi traçado!
Siga agora seu rumo
Irei para outro lado.
Seja bastante feliz
Nos braços de outro amado.
Com aquela descoberta
A moça estremeceu.
Sua consciência pesou
Com o que aconteceu.
Sentiu o juízo girar
Pela rua louca correu.
Correu loucamente
Sem rumo, sem direção.
Seu namorado ficou
Numa grande aflição,
Pois havia perdido
Sua grande paixão.
Ponho um ponto final
Neste triste cordel.
O amor é mesmo assim
As vezes doce, as vezes fel.
É sinônimo de bondade
Mas outras vezes cruel.


Orlando Paiva

Per Amore

Sigur Rós - Sons serenos da Islândia

 

 

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Corria o ano 2000 quando ouvi pela primeira vez o som dos Sigur Rós, então do album "Ágætis Byrjun", que nada mais era do que um manto de emoções, envolvente e misterioso. O grupo foi criado em 1994 pelo guitarrista e vocalista Jón Þór (Jónsi) Birgisson, o baixista Georg Hólm e o baterista Ágúst Ævar Gunnarsson.

Das particularidades mais interessantes dos Sigur Rós, para além da sonoridade da música, é o facto de em muitas das suas canções ser utilizada uma linguagem inexistente - hopelandic - que na verdade são melodias entoadas, que se encaixam na emoção musical do momento. Desta forma, não existem distracções causadas pelo acessório da letra, permitindo que a pessoa se concentre na verdadeira sonoridade da música, experimentando diversas sensações que vão desde a felicidade extrema à melancolia.

Deixo-vos com duas das minhas músicas preferidas, uma delas banda sonora no conhecido filme com Tom Cruise, Vanilla Sky.

 

terça-feira, 17 de maio de 2011


Aguarela / Carol

Sismo bem perto de mim

 

VÍDEO: Equipa de TV filma queda de campanário da igreja

VEJA O VÍDEO do momento em que uma equipa da TVE quase é atingida pela queda do campanário da igreja de Lorca.Pelo menos dez pessoas morreram na sequência de dois sismos sentidos naquela região espanhola

22:46 Quarta feira, 11 de Mai de 2011

 

sábado, 14 de maio de 2011

Socrates

Songs for Japan

Mundo Louco

À minha volta são todos rostos familiares.

Lugares desgastados. Rostos desgastados.

Claro e cedo para suas corridas diárias

indo a lugar nenhum. Indo a lugar nenhum.

E suas lágrimas estão enchendo seus óculos.

Sem expressão. Sem expressão.

Escondo minha cabeça, quero afogar meu sofrimento.

Sem amanhã. Sem amanhã.

E eu acho isso meio cômico.

E eu acho isso meio triste.

Os dias nos quais estou morrendo

são os melhores que eu já tive.

Eu acho difícil te dizer

porque acho difícil de entender.

Quando as pessoas andam em círculos é

um mundo muito, muito louco.

Mundo louco. Mundo louco.

Crianças esperando pelo dia quando se sentem bem:

feliz Aniversário. Feliz Aniversário.

Feito para sentir a forma como todas as crianças deveriam

sentar e escutar. Sentar e escutar.

Cheguei à escola e estava muito nervoso.

Ninguém me conhecia. Ninguém me conhecia.

Olá, professora, diga-me minha lição.

Olha através de mim. Olha através de mim.

E eu acho isso meio cômico.

E eu acho isso meio triste.

Os dias nos quais estou morrendo

são os melhores que eu já tive.

Eu acho difícil te dizer

porque acho difícil de entender.

Quando as pessoas andam em círculos é

um mundo muito, muito louco.

Mundo louco. Mundo louco.

o Pinhole

“Um mundo de criatividade autônoma, imaginações e experimentos que mudam nossa percepção de realidade. Você simplesmente não vai encontrar uma maneira mais natural e mágita para tirar fotografias.”

No último domingo de abril de cada ano é comemorado o Dia da Câmera Pinhole, evento onde pessoas de todo o mundo tiram o dia para fotografar com câmeras de orifício, a fim de promover, celebrar e produzir fotografias pinhole – que já são obsoletas devido à toda tecnologia existente hoje em dia.
O evento foi criado em 2001, pelo fotógrafo norte-americano Gregg Kemp e está em sua décima primeira edição.
Hoje, 24 de abril, então, comemoramos o Pinholeday.

Câmara escura ou Pinhole, do inglês, pin-hole,”buraco de alfinete“, é uma técnica fotográfica que permite produzir imagens de uma câmera sem lente. Na verdade, o orifício substitui a lente.
Uma pinhole é uma câmara escura com um pequeno furo em um dos lados (feito com uma agulha ou alfinete, mais ou menos 0,5 mm) e com uma folha de papel fotográfico preso no outro. Ao abrir o furinho, a luz é captada para dentro da câmara e fixa a imagem inversa no papel fotográfico.  A quantidade de luz é regulada pelo diâmetro do furo e pelo tempo que o mesmo permanece aberto ao se fotografar. Como esse diâmetro é constante, o tempo de exposição é enorme em comparação com as máquinas convencionais, variando de 5 segundos a até mais de uma hora, dependendo da quantidade de luz ambiente no momento da foto.
A projeção de imagens por este método é uma lei física já conhecida pelo homem desde a Antigüidade. Antes da chegada da fotografia (séc.XIX), as projeções eram instrumento científico de visualização de eclipses e no estudo das estrelas; nas artes, as imagens pinhole serviam de molde para os pintores paisagistas.

Este tipo de fotografia é uma prática econômica e simples, qualquer espaço em que a luz não penetre pode servir como câmara escura.
Aprenda neste tutorial como fazer uma câmera pinhole.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Musica Celtica

AGORA

Uma mulher sobredotada numa época em que os homens, em nome do fanatismo religioso, estavam mais preocupados em esfaquear e apedrejar até à morte os descrentes e em sujeitar as mulheres à total submissão, é algo que tem os seus dissabores e perigos mortais.

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A Escola de Atenas: famoso fresco do pintor renascentista Rafael. A cena pode ser vista numa das bibliotecas do Vaticano e nela encontra-se Hypatia, de pé e vestida de branco, a olhar directamente, com altivez, para quem a visiona. Mais acima, Sócrates e Platão “entram” em cena.

A vida de Hypatia é digna de um filme, pelo que não foi de admirar que em 2009 este acabasse por chegar ao grande ecrã, através da super-produção “Ágora”. Uma excelente obra cinematográfica que, apesar de tudo, muito deixa por contar, ou então cai no velho pecado de exagerar os feitos da heroína. Fiquemo-nos, assim sendo, pelo que se conta nos velhos e poeirentos livros de história.

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No longínquo ano de 355 (ou talvez 370, não existem certezas), nasceu na cidade de Alexandria a notável Hypatia. Filha de Téon, professor e último director da Biblioteca de Alexandria, foi educada por este para se tornar no protótipo da perfeição e da virtuosidade. Ou seja, aquilo que os homens de Alexandria não eram capazes de ser.

Mas a ascensão desta mulher prodígio chocava contra os preconceitos dos pais fundadores da filosofia racional helenística, dos quais era intelectualmente herdeira. Enquanto Platão, na sua máscula soberba, defendia que “a mulher, em relação à virtude, é naturalmente inferior ao homem”, Sócrates fazia render o poder do seu falo e afirmava que “a coragem do homem revela-se no comando, e a da mulher na obediência.”

Todavia, e fazendo gato-sapato desta verborreia machista, Hypatia acabou por exceder tudo e todos e tornar-se, na sua época, num dos nomes mais respeitados da matemática, astronomia e filosofia.

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Entre os seus feitos incluem-se o aperfeiçoamento do astrolábio – um instrumento que mil anos depois ajudaria os portugueses a conquistar o globo pelos mares –, assim como um conjunto de textos nos quais explica, com extraordinária simplicidade, algumas das grandes (e complexas) ideias científicas e filosóficas do classicismo helénico. Para esta mulher, o conhecimento devia ser acessível a todos.

Dotada de uma oratória capaz de provocar dor de cotovelo a Winston Churchill, tornou-se professora de muitos jovens oriundos de famílias abastadas, e tal era o seu carisma que um dos pupilos apaixonou-se por ela, declarando-se-lhe com pompa e circunstância. A resposta de Hypatia a esta gesta de amor até faria congelar o coração a Don Juan: atirou-lhe um lenço manchado com o sangue da sua menstruação e perguntou-lhe se era aquilo que ele queria desposar. Ascética e virgem, renunciaria até ao fim da sua vida a qualquer prazer carnal. O seu corpo deveria ser, portanto, da sua exclusiva propriedade.

Com o passar dos anos, os seus alunos tornaram-se nos homens mais poderosos de Alexandria. Um forte testemunho da influência que ainda detinha sobre estes era o facto de os magistrados da cidade recorrerem ao seu aconselhamento antes de tomarem qualquer decisão importante. Em pleno século IV, uma mulher ter tanto poder nas mãos era único.

Ignorância, fanatismo, crime e vingança

Mas os tempos eram perigosos e o ambiente social, político e religioso era demasiado volátil. Alexandria estava a tornar-se num fervilhante caldeirão de intolerância entre cristãos, judeus e devotos do politeísmo. Os distúrbios e massacres por motivos religiosos eram o pão-nosso de cada dia, com as tradições helenísticas a entrar em franca decadência. Aproveitando o caos, uma nova força começou a ganhar cada vez mais poder: o cristianismo.

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Depois de ter enfrentado o machismo legado pelos pesos pesados da filosofia clássica, chegava a vez de Hypatia ter que lidar com a misoginia dos santos teólogos da igreja cristã. O próprio São Paulo, numa das suas epístolas, protestava: “não permito que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre os homens, mas que esteja em silêncio.” Prevendo dias difíceis, Hypatia decide arregaçar as mangas e usar a sua influência para combater o crescente poder dos intolerantes cristãos.

Muitas vezes violentos e invariavelmente adversos a que uma mulher lhes dissesse as verdades sem papas na língua, os cristãos de Alexandria eram liderados pelo patriarca Cirilo. Este tentava submeter à sua autoridade o prefeito de Alexandria, Orestes, um antigo aluno de Hypatia que continuava a estar sob a sua influência. Aliás, um dos mexericos correntes da época tagarelava que os dois seriam amantes.

O facto de o chefe político da cidade não se submeter às ordens de Deus tinha assim, para Cirilo, uma culpada: Hypatia. Ressabiado com a audácia de uma pagã que não tinha papas na língua, o patriarca decide fomentar os mais mesquinhos boatos para a afastar do seu caminho rumo ao poder.

Acusada em praça pública de ir contra os costumes morais daquilo que devia ser uma boa mulher temente a Deus, a cientista e filósofa foi igualmente acusada de ser uma bruxa, uma consequência infeliz de se ter profundos conhecimentos de astronomia e matemática numa época em que a ignorância grassava como se fosse a peste negra. Eis como acabou por tornar-se num alvo a abater pela turba dos fundamentalistas.

A tragédia é inevitável. Enquanto Hypatia circulava de carruagem pela cidade, uma milícia de fanáticos cristãos captura-a, arrastando-a pelo chão poeirento até uma das suas igrejas. No interior do santuário, a cientista é despida por mãos furiosas e cruelmente apedrejada até à morte. Insatisfeitos com a barbaridade, esfolam-na com lascas de vasos de cerâmica, arrancam-lhe os membros e lançam os seus pedaços a uma fogueira. Um fim pouco nobre que nem o cinema ousou revelar.

Orestes, vendo-se desamparado, foge da cidade. Cirilo, por sua vez, consegue submeter os políticos de Alexandria à sua vontade. Apesar de sempre ter negado qualquer responsabilidade na chacina de Hypatia, a verdade é que existe tudo para duvidar do lavar de mãos de uma personagem que acabou por ser santificada pela igreja católica.

A morte de Hypatia, em 415, acabou por marcar o fim de uma era de racionalidade e conhecimento e a entrada na chamada “idade das trevas”. A ciência iria emudecer até ao Renascimento e a voz emancipada das mulheres por muito mais tempo.

Todavia, no século XVI, o pintor renascentista Rafael decidiu vingar o seu assassínio de forma bem peculiar. Enquanto ornamentava o tecto da sumptuosa biblioteca pessoal do Papa Júlio II, o mestre de Florença ousa pintar um fresco no qual Hypatia surge em posição central, por baixo das figuras de Platão e Aristóteles. Como seria de prever, o Sumo Pontífice odiou a ideia e proibiu que a imagem aparecesse.

No entanto, Rafael desobedeceu. Sorrateiramente, introduziu Hypatia na pintura, disfarçando-a noutra personagem. No fim, o destinou tornou-se em ironia, pois apesar ter sido condenada à morte por um patriarca cristão, a sua imagem observa até hoje, com um olhar directo e altivo, os líderes da igreja católica.

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