domingo, 9 de outubro de 2011

Amanda Knox

Dúvidas relativas às provas encontradas pela polícia no local do crime contribuiram para a absolvição de Amanda Knox

Dúvidas relativas às provas encontradas pela polícia no local do crime contribuiram para a absolvição de Amanda Knox

Era um sonho que há muito alimentava. Ir para Itália e passar um ano a estudar no estrangeiro, num país que considerava fascinante. Após ter cumprido o desejo antigo, de certo que Amanda Marie Knox nunca terá imaginado os contornos que assumiu a sua estadia em Perugia.
Nascida a 9 de julho de 1987 em Seattle, nos EUA, Amanda Knox era conhecida pelos familiares como uma rapariga determinada e aplicada nos estudos. Simpática, inteligente e perspicaz, a imagem pintada pelos conhecidos é a de alguém que só queria aproveitar da melhor forma a passagem por Itália.
Estudante da Universidade de Washington, Amanda Knox consegue entrar num programa de intercâmbio com a "Universidade para Estrangeiros de Perugia", uma instituição localizada no norte de Itália, numa cidade conhecida pela sua vida estudantil.
Para completar a imagem de sonho, Amanda consegue encontrar uma pequena moradia no topo da colina onde se situa a pitoresca cidade.
Uma das companheiras de quarto na habitação era Meredith Kearcher, estudante do Reino Unido que estava a completar um ano de estudos ao abrigo do programa Erasmus. E as duas tornarmm-se amigas.

Contradições nas declarações

A 25 de outubro de 2007, Amanda Knox vai com Meredith assistir a um concerto de música clássica onde conhece outro dos principais envolvidos no caso: Raffaele Sollecito. Pouco depois, os dois começaram uma relação amorosa e passaram a ser visitas habituais das casas de cada um.
Não muitos dias passados, a 1 de novembro, ocorreram os terríveis acontecimentos que desencadearam o longo processo judicial nos quatro anos seguintes. Meredith Kearcher foi encontrada seminua, debaixo de um edredão, numa poça de sangue com a garganta cortada. Foi Amanda Knox quem fez a denúncia da ocorrência à polícia.
Cedo Amanda e Raffaele se tornaram suspeitos da morte da estudante britânica. Os dois afirmaram ter passado a noite em casa de Raffaelle, mas as aparentes contradições nos seus depoimentos colocaram ambos no radar das autoridades.
Às 23h de 5 de novembro, Amanda Knox é levada para a esquadra, onde após 14 horas de interrogatório acusa o seu patrão num bar onde trabalhava, Patrick Lumumba, de ter sido o autor do crime e admite "parcialmente" ter estado na casa. No dia seguinte, Amanda é detida.
A jovem norte-americana viria mais tarde a negar a declaração, acusando as autoridades de lhe terem feito um interrogatório ininterrupto, sem comida, sem tradutor para o italiano e sem gravarem as declarações.

"Jogo sexual"

Quase duas semanas depois, a polícia prende Rudy Guede, um italiano de origem costa-marfinense, cujo ADN foi encontrado no corpo de Meredith e em muitas das roupas da estudante.
As autoridades afirmaram ainda ter encontrado um pedaço do ADN de Raffaele Sollecito no sutiã de Meredith e marcas de Amanda Knox no cabo de uma faca e da estudante britânica na lâmina. A polícia revelou ainda ter encontrado pegadas no quarto que se assemelhavam às de Amanda. Contudo, não foram encontradas provas específicas da presença da norte-americana no quarto de Meredith Kercher.
As dúvidas relativamente às provas encontradas e os métodos utilizados pela polícia foram uma das principais bases para o recurso que resultou na absolvição de Amanda e Raffaele.
Enquanto Rudy Guede foi prontamente condenado a uma pena de prisão pelo assassínio de Meredith Kercher, o julgamento de Amanda Knox e Raffaele Sollecito foi mais longo e começou a 16 de janeiro de 2009. A acusação avançou com diversas explicações para o que se terá passado naquela noite tendo-se, finalmente, focado na hipótese de um "jogo sexual" em que Meredith Kercher recusou participar.
Então, enquanto Rudy Guede e Raffaele Sollecito agarravam Meredith Kercher, esta teria sido esfaqueada por Amanda Knox.

Libertação polémica

A 4 de dezembro de 2009, Amanda e Raffaele foram condenados a 26 e a 25 aos de prisão, uma pena que gerou enorme controvérsia internacional.
Os dois recorreram da decisão em abril de 2010 e baseando o recurso em opiniões de especialistas italianos que criticaram duramente as provas recolhidas pela polícia, acusando as autoridades de não cumprir as normas internacionais, o casal foi absolvido de todas as acusações e libertado após quatro anos de luta judicial.
Porém, a polémica quanto ao caso está longe de estar terminada.

Veja o vídeo posterior à condenação de Amanda Knox, em dezembro de 2009:

http://http://www.youtube.com/watch?v=48RNhSnwHJc

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