quinta-feira, 29 de julho de 2010

Uma merecida prenda para a amiga MARA

 

Jorge, Boa Noite! !!

mulher deitada

"Pinto a realidade com alguns sonhos,

e transformo alguns sonhos em cenas reais.

Choro lágrimas de rir e quando choro pra valer

não derramo uma lágrima. Amo mais do que

posso e, por medo, sempre menos

do que sou capaz."

(Martha Medeiros)

Beijos...

Mara

Tributo á amiga Teka

TARDE DE AMOR

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Kitaro

 
2637643
by Cris

Ele era um homem assim que carregava uma faca
por atração por esse lado da vida
e eu sonhava um hotel com quartos conjugados
e um vinho tinto de estalar no dente.
Ele tinha um olhar forte mas que de repente fugia
curiosidade de tudo e eu tinha
aquele olhar das meninas, o encanto
a malícia, a avidez e nenhuma disciplina.
Talvez eu prometesse coisas, insinuasse
naqueles dias de calor, e não via isso
como nada grave e nem sofria
Talvez ele tivesse a alma torturada
a face esquerda prometida, um
mistério que me fascina
Era um homem e tinha a cara
que o peso da vida lhe dava.

 

74547853_TCvESbjx

 

SUBLIME SENTIMENTO
Ah! que bom seria se todos compreendessem,
Que daqui nada se leva não.
E que o amor todos conhecessem,
E o distribuisse a todos sem excessão.
Seria tão bom se nos amássemos uns aos outros,
Como Jesus nos ensinou.
Mas enfim se ve tão poucos,
Por este mundo que ele pregou.
Ainda é preciso perder para se dar valor.
E sentir no peito o arrependimento,
Nem que seja por um momento.
Para aprender o que é o amor.
Sublime e puro sentimento.
Que há de imperar com o tempo...
Escrito por elciomoraes

sábado, 24 de julho de 2010

 

brain12

 

Dançando na chuva

 

Dança da Chuva

senhorita chuva

me concede a honra

desta contradança

e vamos sair

por esses campos

ao som desta chuva

que cai sobre o teclado.

Paulo Leminski

 

 

SCRAP DE LIVROS BD

"Devemos buscar amigos como buscamos livros. Acertar na procura.
Não exija que sejam muitos, mas que sejam bons. Não exija que
sejam ricos, mas que sejam fiéis. Não exija que tenha boa profissão,
mas sim de bom coração. É triste o homem que não pode buscar livros
por não saber lê-los. Mas é ainda mais triste o homem que não pode
buscar amigos, por não saber conquistá-los. É triste a estante vazia
por falta de livros, Mas é ainda mais triste o homem oprimido, por falta
de amigos. Os livros nos tiram da turbulência da alma, nos fazem refletir
sobre grandes acontecimentos, mas o amigo converte tormentas e
tempestades em chuva de sentimentos. É Jordana Mascarenhas quem
afirma: “Não podemos chamar de rico o homem que não tem livros, mas
podemos afirmar que é mendigo o homem que não tem amigos...” "

sexta-feira, 23 de julho de 2010

-Helena Frontini-


Adornment

Primeiro amor

Guardo tua memória esmaecida numa arca
Junto ao diário confidente e a boneca de louça.
Papéis de cartas, selos de meu pai, flores secas
Poemas romanticos e mil coisas de valor,
Embalados em meu apreço puro e sentimental.
O ar não ocupa espaço e tudo é preservado
Minhas lembranças e sonhos de menina...
Tua foto, relíquia de meu querer adolescente
Doce enlevo, sem meandros, sem final.
Nunca o beijo e as mãos dadas, apenas os olhos
Consentindo tudo, silenciosamente.
Outros céus chamaram-te e fostes docilmente...
Em minha arca guardo tesouros preciosos
Dentre eles, meu primeiro amor.

-Helena Frontini-

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Naemo

RAMA
Fostes no vento a folha mais leve.
A que meu olhar descreve,
Afugentada do meu abraço.
A guilhotina, a faca acima,
Os atônitos olhos não veriam em cena,
A sala fechada, nenhuma fresta, se via,
E corria a fita, o planetário inteiro.
Pelo sangue soube-se
De quem era o pescoço,
Um esboço feito na areia,
De prantos e gemidos, triturados.
A agonia das horas,
Torciam contra e a favor
Do desfecho excomunal,
Do punhal posto na mesa.
Ganhara o mais munido,
Logrou a munição de um novo inverno,
Os que arrebentam no cadafalso
Sozinhos, levando a história.
Em seus solitários caminhos.
Um herói da guerra inaudita,
Dos planos de partilha
Das vestes daquele só.
Que já chegara nu
Coberto dos olhos cegos
Das mentes vazadas
Da mesma visão,
Do pó, do chão.
O veredicto foi simples
A medida da tarde não previa
Esta enfeitada teia prisioneira
Da aranha, pelo céu.
Naeno

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Ballet

De 21 a 25 de Julho de 2010

Bailado “Veleda” – Solo da Bailarina Joana von Mayer Trindade

Local: Museu do Traje, às 18h30

Organização: Câmara Municipal de Viana do Castelo

Criação/Performance: Joana von Mayer Trindade.

Colaboração Artística/ Direcção: Hugo Calhim Cristovão.

Bombo: Paula Cepeda Rodrigues.

Colaboração Especial: Valquiria Valhalladur

Duração: 30 Minutos

Agradecimentos: Orfeão do Porto, Paulo Trindade, Rui Nascimento e Joca (Viana Bombos - Grupo de Bombos da Casa dos Rapazes de Viana do Castelo) e Maria Veleda.

SINOPSE

Maria Veleda revelou-se uma evidência, o ponto de partida para a criação deste solo. Pelo seu percurso de não compromisso que lhe condicionou o fim da vida em pobreza material, em quase indigência e miséria, um facto que deveria pesar sobre todos nós.

Pelas significações múltiplas da sua presença histórica, desde a luta política metamorfoseada em opções radicais até à curiosidade da sua dedicação ao esoterismo, em paralelo com posturas sempre avançadas e dissonantes com o seu tempo no que diz respeito à mulher, à família, às relações interpessoais. 

Pela lucidez com que analisou os resultados da República por que lutou, após esta se ter implementado, e por perceber a carga de sofrimento e alegria que se gera e paga pelos sonhos de tornar o mundo mais humano. 

Pelo modo como a sua crítica sempre incidiu sobre os factores de desumanização manifestos nas lógicas do poder e das abstracções que o sustentam, a revolução que se imobiliza em instituições. 

Pela particularidade do seu pseudónimo “Veleda” (uma “Völvur”) e o modo como este se conjuga em estranheza com o primeiro nome “Maria”, à partida uma implicação que apenas na síntese se poderá descobrir: o arquétipo da mãe do cristianismo (de Cristo) entrelaçado com o de uma profetisa guerreira impregnada de rebeldia e violência contra o império romano.  

Pelas associações fonéticas e subjectivas que o seu nome logo despertou, uma vereda embebida em veludo, um veludo que se pode queimar como combustível e fazer arder estes espelhos da memória, do desejo, e das realidades factuais de que se nutrem as repúblicas: veículos prenhes de utopia. 

O percurso partiu de espirais, de suspensões a traçar as fracturas do caminho. De um bater sempre presente a pedir necessidade, urgência de transformação, espírito de acção, contaminação, ironia e sarcasmo. De uma afirmação que não se compromete e não se cessa.

Hugo Calhim Cristovão / Joana von Mayer Trindade

BIOGRAFIA

Joana von Mayer Trindade
Performer, Coreógrafa, Intérprete. Membro e co-fundadora com Hugo Calhim Cristovão da NuIsIs ZoBoP. Licenciada em Psicologia. Curso de Interpretes de Dança Contemporânea (1999), Reciclagem de Monitores de Dança para a Comunidade (2001), ambos promovidos pelo Forum Dança, “Essais” (2006) no Centro Nacional de Dança Contemporânea de Angers (França), Certificate Course in Yoga da Benares Hindu University em Varanasi, India (2008)  Yoga Teachers Taining Course na Patanjali Yoga Foundation em Rishikesh, India (2008). Trabalhou com Antonio Carallo, Wil Swanson, Paulo Henrique, Olga Roriz, Sónia Baptista,  Filipe Viegas,  Ana Clara Guerra Marques, Deborah Hay, Emmanuelle Huynh, Hugo Calhim Cristovão e Eric Didry. Destaca as peças: “She Will Not Live” (uma criação  NuIsIs ZoBoP de Hugo Calhim Cristovão e Joana von Mayer Trindade);  “A Woman With Two Lemons” (criação de Joana von Mayer Trindade baseada na peça de grupo “My Country Music” da coreógrafa Deborah Hay) e “Between Being and Becoming”(criação de Joana von Mayer Trindade para a companhia Edge do “The Place-Contemporary Dance School of London”). Bolseira do Centro Nacional de Cultura no Japão (2002) para pesquisa e prática de Butoh com Min Tanaka na Body Weather Farm, e  Zen da tradição Soto no Zazen Dojo Antai-Ji.

sábado, 17 de julho de 2010

photografias -MARA

photografias
ontem só fotografei rosas
rosas de todas as cores
amarelas brancas vermelhas
rosas de um suavíssimo odor
todas elas com vários nomes
de York, damascenas, empereur du maroc
green rose e até high hopes
dei conta que há rosas quase mortas
em casas a que chamam lares
a maior parte com nome de santos
acho estranho que haja contentores
para esconder a solidão das rosas
sentadas à mesa parecem pessoas
presas a uma cadeira de rodas
observo com tristeza e espanto
que estas rosas são rosas do meu pranto
Maria Azenha

Walkmen

 

 

walkmen-6b9d-cae0

The Walkmen quiseram "agradecer a Portugal" com novo disco

Álbum chama-se Lisbon e é sinal de gratidão dos norte-americanos pela hospitalidade nacional. Saiba mais.

O próximo álbum dos norte-americanos The Walkmen é uma homenagem à hospitalidade portuguesa, revelou o vocalista Hamilton Leithauser em entrevista à rádio NPR .
"Fomos duas vezes a Lisboa, enquanto escrevíamos o disco. Nenhum de nós alguma vez tinha ido lá e ficámos entusiasmadíssimos com [a cidade]. A topografia e a arquitetura são incrivelmente bonitas. Mesmo quando estivemos lá [no inverno] - não parou, literalmente, de chover - foi uma viagem que empalideceu muitas das outras", disse Hamilton Leithauser.
"Nunca tivemos muita sorte na Europa e os portugueses foram incrivelmente hospitaleiros. Acho que aquelas duas viagens ajudaram-nos a manter a motivação enquanto fazíamos este disco. Chamamos-lhe Lisbon como forma de agradecimento e pequena homenagem".
Os Walkmen estiveram em Lisboa no final de 2008, para um concerto no Teatro Tivoli (Super Bock em Stock) , e no verão de 2009, no Estádio do Restelo (Super Bock Super Rock).
O novo álbum, Lisbon , sucede ao aclamado You and Me e chega em Outubro. Ouça aqui a nova "Stranded":

Buddy Guy Tribute

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Alquimias:
Que as lágrimas não nos impeçam de nos lembrar que uma pessoa que chega na nossa vida é um presente que nos foi oferto.
Há presentes assim valiosos que não duram muito, quando nossos corações desejariam que durassem eternamente e ignoramos por que eles se vão quando a vida parece apenas começar.
Mas se nos perdemos nesse mundo de questões sem respostas, a dor será muito maior que as lembranças de tudo o que a vida nos permitiu juntos enquanto durou a caminhada na terra.
Se tivéssemos que voltar atrás, teríamos preferido não ter encontrado, não ter conhecido, somente por que não pudemos guardá-lo no nosso seio mais tempo?
Não...
O vento passa, mas nos refresca; a chuva vem e vai, mas sacia a terra. O importante mesmo não é a quantidade de tempo que as coisas ou pessoas duram, mas a riqueza que elas trazem à nossa alma, o amor que nos permitimos dar e o que aceitamos receber.
As dores das partidas definifivas são indizíveis, indefiníveis, mas que elas nunca nos impeçam de nos lembrar da vida compartilhada.
Que as lágrimas não nos impeçam de sorrir novamente um dia quando a dor for mais amena e as lembranças felizes começarem a voltar, como as flores no jardim a cada primavera.
A eternidade existe para que esperemos por ela, para que tenhamos o consolo de saber que um dia, se o Deus-Pai permitir, Ele que nos ama de amor infinito, poderemos novamente nos encontrar.
* * *
Beijo com carinho
Teka

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Doors

Mulher

Mulher
.
A tua delicada e macia pele
Os teus lábios juntos aos meus;
O encontro de dois Mundos distintos,
Dois sonhos que se cruzam e se unem
Dois corpos que se fundem num.
Dentro desse sonho abstracto e irreal
Nossas mãos se cruzam neste ritual
Secreto e silencioso
Uma só palavra é pronunciada
Olhares interligados que se devoram;
Odores exóticos e românticos
Versos lançados ao vento do norte,
Pétalas que caiem no chão
Neste Outono com odor
É o amor
E em ti minha sorte
Mulher
.
by Jorge Pereira


A MAIS BELA ESTRELA

Foi numa noite em que eu
me sentia sozinho.

Nessa noite, como sempre fazia,
parei para olhar o céu,
a lua estava tão linda que
não pude deixar de admirá-la.

Eu parecia hipnotizado por sua beleza,
Por seu reflexo na água.

Mas por um minuto, algo mais forte
chamou-me a atenção: era uma estrela
que brilhava mais forte que as outras.

Parecia querer dizer-me algo,
Mas eu era incapaz de entender
E foi nessa hora que eu fiz um pedido àquela estrela.

Pedi que troxesse um amigo pra mim.
E foi então que conheci
a mais bela e brilhante estrela..VOCÊ
.
by Jorge Pereira
.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

manwriting

POÉTICA

O que é a poesia?

uma ilha

cercada

de palavras

por todos os lados

Que é o poeta?

um homem

que trabalha o poema

com o suor do seu rosto

um homem

que tem fome

como qualquer outro

homem

Cassiano Ricardo

terça-feira, 6 de julho de 2010

Picasso

quadro-arte-picasso-929f

 

Nova Iorque, EUA
Pablo Picasso Superstar
Se há um artista que consegue atrair aos museus milhares de visitantes, ele é Pablo Picasso. Verdadeira estrela no universo das Artes, o espanhol nascido em Málaga vê-se agora como cabeça-de-cartaz em duas importantes "salas" nova-iorquinas

Trezentos traballhos vezes milhares de visitantes, no Met; mais 100 gravuras no MoMa, e outras milhares de pessoas. Filas à porta dos museus e toda a gente na expectativa de poder dizer, um dia, "fui ver a exposição de Picasso em Nova Iorque". Ou em Paris ou em Madrid, que o discurso seria o mesmo. Mas agora Pablo Picasso brilha em Nova Iorque, em duas mostras patentes em dois dos mais importantes museus do mundo: no The Metropolitan Museum of Art (Met) e no The Museum of Modern Art (MoMa). Nova Iorque está por conta dele.

Até 1 de Agosto, o Metropolitan expõe todo o seu acervo de obras de Picasso, numa exposição a que deu o nome de Picasso at The Metropolitan Museum of Art. Trata-se de uma visão global da carreira do pintor, desde os arlequins dos períodos azul e rosa até às figuras abstractas que marcaram a sua fase cubista. Mas também desenhos, alguns deles expostos pela primeira vez ao público. Muitas das pinturas revelam detalhes até agora desconhecidos, que foram descobertos pelo uso da reflectografia, o que permitiu aos experts da obra de Pablo Picasso desbravar minuciosamente a tela. Pinturas como La Coiffure (1906), por exemplo, indicam-nos o uso de três camadas de tinta por baixo da imagem definitiva. Mas este é, apenas, um "enorme pormenor"... Em trinta e quatro pinturas, 58 desenhos e aguarelas, dez peças de cerâmicas e duas esculturas, além de centenas de desenhos, os nossos olhos irão seguramente descobrir outros pormenores. Em telas como Self-Portrait Yo (1900), Portrait de Gertrude Stein (1906), Woman in Profile (1901), Woman in Green (1901) At Thee Lapin Agile (1905), Still Life With Mandolin and Galette (1924), Dora Maar in a Wicker Chair (1938) ou Jacqueline With a Headband (1962). E ainda em The Actor (1904-05), recentemente restaurando, depois de uma visitante ter caído sobre ele.

Esta é, na verdade, uma apaixonante mostra dedicada a Picasso. Mas não é a única a decorrer em Nova Iorque. O MoMA, por seu lado, organizou Picasso: Themes and Variations. Menos ambiciosa, mas não menos interessante, esta mostra apresenta 123 obras do seu espólio e explora o seu processo criativo na realização de gravuras. Conhece-se a sua evolução artística, mostra-nos como utilizou esta técnica e como se inspirou nela para encontrar outros rumos. Nela são abordados 20 temas queridos ao pintor: os saltimbancos, as mulheres e as amantes, os nus e o cubismo, os minotauros... onde se incluem as aquisições de obras deste artista pelo MoMA nos últimos 15 anos.

Não é de hoje, nem de ontem: Pablo Picasso conseguiu há muito um lugar cimeiro no top das tabelas da arte mundial. Onde ele está, o êxito está assegurado, as bilheteiras estão garantidas. Pablo Picasso Superstar?
The Metropolitan Museum of Art
1000 Fifth Avenue, Nova Iorque
www.metmuseum.org
Até 1 de Agosto

The Museum of Modern Art
11 West Street 53, Nova Iorque
www.moma.org
Até 30 de Agosto

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Carro que voa

 

A Administração Federal Americana (FAA na sigla americana) aprovou a construção de um protótipo de avião com quatro rodas, para poder circular nas estradas como veículo normal, apesar de exceder em 50 quilos o limite máximo permitido.

O "Transition" tem autonomia de voo de cerca de 700 km, capacidade para duas pessoas e consegue atingir a velocidade de 185 km/h no ar. Para se obter licença para pilotar o "Transition", bastam apenas 20 horas de voo.

Movido a gasolina, o "Transition" dobra as asas em apenas 30 segundos, tornando-se em carro, podendo ser arrumado numa garagem. Tem tração nas rodas dianteiras para circular na via pública e um propulsor para o voo.

Segurança é uma das vantagens

De acordo com a Terrafugia , empresa que desenvolveu o protótipo, a segurança é uma das vantagens do carro, uma vez que pode andar na estrada quando o tempo não estiver propício à aviação.

Este carro-avião pode alterar "o mundo da mobilidade pessoal", custa cerca de 160 mil euros e estará disponível no final

BRASILIA


 


simbolismos na nova capital - o que os monumentos de brasília escondem

 

 
© 2008 Karla Weber

Há 55 anos iniciavam-se as obras de um projeto ambicioso: transferir a capital brasileira mais uma vez. Depois de duas cidades litorâneas (Salvador e Rio de Janeiro), pretendia-se interiorizar o país, mas desta vez movendo a sede para uma cidade que ainda não existia.
Visando o desenvolvimento econômico da região juntamente com estratégias militares de defesa, o canteiro de obras batizado de Brasília surgia em meio ao planalto central e às árvores retorcidas do cerrado. A promessa de criar uma
metrópole em uma região desértica tirou a credibilidade do então presidenteJuscelino Kubitschek. Contrariando as expectativas dos mais céticos, em cinco anos Brasília foi inaugurada por um "louco".

Um concurso foi realizado, e a ideação urbanística de Lúcio Costafoi a escolhida. Baseada em um plano cartesiano, onde todos os endereços da cidade se desenvolvem de acordo com a sua lógica matemática, o chamado "plano piloto” abriga as ruas (ou vias), avenidas (ou eixos), parques, setores comerciais e superquadras, que, por sua vez, conteriam ou edifícios (ou blocos). A ausência de esquinas e a organização por números pode parecer complicada à primeira vista, mas já soa familiar a todos (ou quase todos) os habitantes. Os vãos livres e inserções de imensas áreas verdes entre as edificações fazem valer o conceito de “cidade-parque”.

Oscar Niemeyer é o mais famoso projetista dos monumentais edifícios públicos, comerciais e residenciais.Seus traços modernos consistem em formas à base de concreto armado que impressionam tanto pelo atrevimento curvilíneo quanto pela imponência. Assim como muita obra de arte, suas edificações às vezes são vistas como meros devaneios estéticos, mas carregam significados despercebidos por grande parte da população.

Para abrigar o que há de religioso em quase todo ser humano,
Niemeyer projetou um democrático centro ecumênico, mas, devido à maioria católica do país, a edificação acabou servindo como igreja, batizada como Catedral Metropolitana de Brasília Nossa Senhora Aparecida. Sua forma arredondada permite apreciação de qualquer ângulo e a entrada subterrânea não compromete a simetria do monumento. Seus pilares de concreto são fixados ao chão por um ponto mínimo, e se apoiam apenas na parte médio-superior, voltando a se convergir no alto. Um gesto de súplica e de comunicação com algo maior é criado naturalmente. Alguns arriscam até a dizer se tratar de uma representação abstrata de duas mãos em posição oratória. As paredes são vitrais abstratos da artista Marianne Peretti, que criam um jogo de luzes coloridas e dão a impressão de expandir ainda mais o espaço.

 

 

 

O famoso fundo de reportagens televisivas de cunho político consiste em duas torres de 28 pavimentos atrás de duas cúpulas. A convexa fica logo acima do plenário da Câmara dos Deputados e representa o contato direto com o povo, como se, virada para cima, fosse a veia de acesso do eleitor para com o governo. A côncava abriga o plenário do Senado e, virada para baixo, representa a centralização nos projetos que lhes foram enviados pela Câmara.
A intenção de Niemeyer ao fazer as torres formarem um grande “H” é que todos os ocupantes dos prédios públicos não se esqueçam das virtudes humanas.

A Ponte Juscelino Kubitschek – ou Ponte JK – foi a terceira construída sobre o Paranoá, um grande lago artificial idealizado tanto para fins paisagísticos quanto para amenizar a baixíssima umidade relativa do ar da região. Da água, surgem os três arcos assimétricos que impressionam quem cruza os 1200m de extensão. O arquiteto Alexandre Chandiz ter sido inspirado “pelo movimento de uma pedra quicando sobre o espelho d’água”. A construção ganhou vários prêmios de arquitetura ao redor do mundo, e ficou conhecida pelos habitantes da cidade como “a ponte mais bela do mundo”.

 

O Museu Nacional Honestino Guimarães possui 90 metros de diâmetro e 28 de altura. Seria uma cúpula pura, se não fosse a rampa curvilínea flutuante que permite a saída dos visitantes. Construído 40 anos após a inauguração da capital, é um dos projetos mais recentes de Niemeyer, que conseguiu criar uma estrutura imponente ao mesmo tempo que simples. A leveza da edificação não toma o lugar das obras espalhadas em seu vão. É arte abrigando arte.

 

 

 

A forma piramidal de base quadrangular do Teatro Nacional Claudio Santoro é inspirada na arquitetura asteca, mas rende muitas críticas e comparações com ostentações faraônicas. Não importa se asteca ou egípcia: em qualquer cultura uma pirâmide remete à veneração,e Niemeyer decidiu venerar a arte dramática. O exterior do tronco, revestido de cubos brancos, é a maior intervenção urbana do artista plástico Athos Bulcão. O interior reúne três salas de espetáculos e espaçosos foyers com rico paisagismo de Burle Marx.

A mais jovem cidade a se tornar patrimônio cultural da humanidade é resultado de muita ousadia, persistência e força de trabalho. Continuar como referência modernista arquitetônica, artística e cultural faz da cinquentenária capital uma obra de grandes visionários.

domingo, 4 de julho de 2010

DIAS ESTRANHOS

Os dias estranhos descobriram-nos,
os dias estranhos acharam-nos o rasto,
vão destruir as nossas raras alegrias,
temos de continuar a tocar ou de procurar uma nova cidade.
Estranhos olhos enchem estranhas salas,
as vozes anunciarão o seu fim extenuado,
a hospedeira sorri, os hóspedes em pecado adormecem,
ouves-me falar em pecado e sabes que as coisas são assim.
Os dias estranhos descobriram-nos
e vamo-nos consumindo ao longo das suas estranhas horas
sós, confundidos os corpos, mal empregue a memória,
vamos trocando o dia por uma estranha noite de pedra.
(Jim Morrison (1943-1971)

(Tom Waits (n.1949)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

NUMA NOITE DE NEVOEIRO

Numa noite de nevoeiro, uma estrada abandonada
Na imagem de um espelho crepuscular
Sem sinais de uma estação de serviço
Ou de uma garagem nocturna.
Informaram-me mal, deram-me a direcção errada
O cruzamento nunca surgiu
E fiquei perdido sob uma lua ensanguentada
Numa noite de nevoeiro
Uma estrada abandonada numa difusa colagem de brocado,
Será um motel?
Não sei bem, será o que chamaríamos um albergue vazio?
Porque não há remédio, que raio de situação
Ficar perdido à deriva pelo meio de uma poalha azul
Sem o brilho de uma noite
Sem a chave de um feitiço
Num precário pandemónio
Numa noite de nevoeiro.
(Tom Waits (n.1949)