sábado, 12 de fevereiro de 2011

Strega a bruxinha querida

No nosso primeiro encontro da cama, 

ele não tinha caneta e nem papel.

Mas estava desejoso de registar nosso encontro.

Então, ele fez o meu corpo de papel

e com a língua escreveu

o poema mais belo que já li.

Trago-o para sempre comigo; tatuado à saliva 

de tamanha gostosura que foi nossa lembrança.

E para conseguir ler o segredo escrito

é preciso passar a língua,

porque só assim as palavras acendem feito brasa 

e queimam a alma de desejo.

Uma leitura em códigos

que não é qualquer um que pode ler.

By Helô Strega

 

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