O Que Será
O que será, que será?   
Que andam suspirando pelas alcovas    
Que andam sussurrando em versos e trovas    
Que andam combinando no breu das tocas    
Que anda nas cabeças anda nas bocas    
Que andam acendendo velas nos becos    
Que estão falando alto pelos botecos    
E gritam nos mercados que com certeza    
Está na natureza    
Será, que será?    
O que não tem certeza nem nunca terá    
O que não tem conserto nem nunca terá    
O que não tem tamanho...
O que será, que será?   
Que vive nas idéias desses amantes    
Que cantam os poetas mais delirantes    
Que juram os profetas embriagados    
Que está na romaria dos mutilados    
Que está na fantasia dos infelizes    
Que está no dia a dia das meretrizes    
No plano dos bandidos dos desvalidos    
Em todos os sentidos...
Será, que será?   
O que não tem decência nem nunca terá    
O que não tem censura nem nunca terá    
O que não faz sentido...
O que será, que será?   
Que todos os avisos não vão evitar    
Por que todos os risos vão desafiar    
Por que todos os sinos irão repicar    
Por que todos os hinos irão consagrar    
E todos os meninos vão desembestar    
E todos os destinos irão se encontrar    
E mesmo o Padre Eterno que nunca foi lá    
Olhando aquele inferno vai abençoar    
O que não tem governo nem nunca terá    
O que não tem vergonha nem nunca terá    
O que não tem juízo
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