sábado, 30 de abril de 2011
Joan Miró Ferras
Jazz
Mark Khaisman
Já alguma vez pensou em encomendar um auto-retrato seu que, em vez de ser pintado com tinta, seria feito através de fita adesiva? Mark Khaisman é um artista plástico que trabalha este material, pintando essencialmente cenas cinematográficas. Já foi arquitecto mas fartou-se porque a área não era suficientemente experimental...
A paixão pelo cinema levou o ucraniano Mark Khaisman a deixar a arquitectura de lado e a dedicar-se a uma coisa completamente nova: a arte de pintar com fita adesiva, de forma a que a sobreposição de camadas crie quadros originais, claro está, inspirados em imagens famosas de cinema.
A técnica é bastante simples de explicar: através da justaposição de um número diferente de camadas de fita adesiva, chega-se a sombras de intensidade distinta que, através da iluminação posterior, criam a ilusão de imagens reconhecíveis pelo espectador. Sendo um apaixonado pelo cinema, Khaisman recorre aos cenários dos seus filmes preferidos: O Anjo do Mal (de Jacques Lourcelles) e Os 39 Graus (de Alfred Hitchcock) são dois exemplos.
Khaisman chega a usar cem metros de fita e passa em média uma semana para realizar cada trabalho. Parte de um plano estruturado mas, a partir daí, o processo criativo pode levar a diversos caminhos, dependendo da motivação. Para ele, trabalhar com este material é como oscilar entre dois pólos - o do cálculo e o do aleatório - trabalhando para o fim último do reconhecimento, quer seja de uma sensação, de uma imagem ou de uma memória. Qualquer coisa como a existência de um trabalho de construção e desconstrução no mesmo quadro.
A inspiração para esta técnica surgiu-lhe da sua familiaridade com a pintura em vidro, que também tira proveito dos jogos de iluminação. Apercebeu-se, depois, que poderia continuar este diálogo com a luz, de uma forma completamente diferente, usando outros materiais além do vidro. Na fita adesiva encontrou a matéria-prima ideal para a projecção do seu trabalho.
Mark Khaisman reside actualmente em Filadélfia, Estados Unidos. Os seus quadros podem ser encomendados no seu website oficial. Enquanto que as reproduções de cenas cinematográficas previamente executadas custam 200 dólares, os quadros personalizados podem chegar aos 10 000.
sexta-feira, 29 de abril de 2011
Granizo em Lisboa
quinta-feira, 28 de abril de 2011
John Coltrane
John Coltrane
Como é que tantos sons tocados tão depressa conseguem soar tão belos ao ouvido?
John Coltrane definiu o Saxofone Tenor no espaço de 10 anos, desde os seus trabalhos com Miles Davis e Thelonious Monk até às suas excursões a solo, não há melhor que ele. Se Jimi Hendrix é a referência na guitarra John Coltrane é a do Saxofone. Isto não é novidade nenhuma para quem conhece os grandes do Jazz e o porquê de o serem.
E comparando Coltrane aos outros compositores de Jazz que mais adoro, compreende-se que apesar de para muita gente o Jazz ainda soar a dialogo musical incoerente e excessivamente complexo, tudo o que John Coltrane fez, Miles Davis e Charles Mingus nunca teriam conseguido ter feito. Esta é a beleza das referências em todos os géneros. Há sempre alguma coisa que algum deles não consegue fazer tão bem como o outro. Todos eles foram pioneiros, não há ninguém no Jazz que não lhes siga as passadas, mas são todos dramaticamente diferentes. Enquanto Charles Mingus tinha uma abordagem mais clássica ao Jazz Avant-garde utilizando ensembles maiores e uma estética mais clássica piscando o olho ao Blues, Miles Davis queria sempre estar na proa do barco no que tocava às inovações mais recentes do mundo da música pegando em todas as inovações técnicas que a electricidade tinha para dar ao mundo da música e deixando sempre a questão "O que é Jazz?". Entretanto, John Coltrane com o formato "simples" de um quarteto, aperfeiçoava a linguagem melódica de todos os solistas que viriam daí para a frente com técnicas de composição e construção melódica que hoje são norma em muitas vertentes do Jazz.
Apesar de tudo, todos eles eram génios no que faziam, nos instrumentos que tocavam e na forma como quebravam as barreiras. Mas no entanto, arrisco-me a dizer que como instrumentista, nenhum deles teve o impacto que John Coltrane teve. Alguns dos temas que Coltrane escreveu são hoje considerados standards do Jazz e grande parte deles, são das peças mais impressionantes tecnicamente no mundo da música.
Até agora parece que Coltrane é apenas um inovador técnico. Mas se há provas que ele vai muito além disso é em álbuns como Giant Steps ou My Favorite Things .
My Favorite Things é a recomendação que faço e é dos meus álbuns favoritos de Jazz. Para começar, foi a estreia de Coltrane a gravar com um Saxofone Soprano , que é dos instrumentos que mais gosto de ouvir. Depois há duas performances que são das melhores no catálogo de John Coltrane: "My Favorite Things" e "Summertime", ambas standards quando Coltrane as gravou e ambas com direito a arranjos absolutamente assustadores, em que todos os músicos brilham.
Neste álbum contamos com McCoy Tyner no piano, Elvin Jones na bateria e Steve Davis no contrabaixo, uma secção rítmica que mete Coltrane no paraíso antes sequer de ele dar uma nota. O arranjo do tema que se tornou conhecido no filme "Música no Coração" e que dá nome ao álbum é particularmente arrepiante: uma mutação absurda do tema, numa uma viagem pelos confins da música indiana e do Jazz.
Summertime tem um solo estrondoso de bateria de Elvin Jones e McCoy Tyner não pára no álbum inteiro. Dois músicos que estariam para se tornar lendas absolutas do Jazz.
É um álbum relativamente curto e de fácil digestão para quem tem medo das divagações dos solistas, por isso dêem uma olhadela, com os ouvidos de preferência.
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Voz e Aroma
Voz e Aroma
A brisa vaga no prado,
Perfume nem voz não tem;
Quem canta é o ramo agitado,
O aroma é da flor que vem.
A mim, tornem-me essas flores
Que uma a uma vi murchar,
Restituam-me os verdores
Aos ramos que eu vi secar...
E em torrentes de harmonia
Minha alma se exalará,
Esta alma que muda e fria
Nem sabe se existe já
Almeida Garrett
Carla Bruni/ Françoise Hardy
Lydia com "y"
Lydia com "y" morava no Edifício Bourbon, que ficava entre a Avenida Expedicionário João Soares Faria e a Rua Gonçalves Dias, nome do homem de Doris, amiga de Lydia. Gonçalves Dias escrevia marchinhas de carnaval em papel de embrulhar carne. Era açougueiro e gostava de mulher com uma certa substância, como gostava de dizer enquanto alisava o bigode.
The Blue Lovers. Oil on canvas, 1914. (Detalhe)
Lydia com "y" morava no Edifício Bourbon, que ficava entre a Avenida Expedicionário João Soares Faria e a Rua Gonçalves Dias, nome do homem de Doris, amiga de Lydia. Gonçalves Dias escrevia marchinhas de carnaval em papel de embrulhar carne. Era açougueiro e gostava de mulher com uma certa substância, como gostava de dizer enquanto alisava o bigode. Ele ainda não sabia que tinha uma queda por Lydia e pela sua marca de nascença na coxa direita.
Ela, por sua vez, trabalhava na Galeria Zafira como maquiadora. Gostava de maquiar mulheres mais velhas e ex-freiras. Sentia uma certa alegria infantil ao ver as bochechas das senhoras enrubescerem quando lhes fazia massagem nos seios da face. Nos finais de semana gostava de pegar o trem para Catanduvas para visitar a sua mãe que, desde a morte do marido, sofria de exílio existencial e colecionava bibelôs.
De acordo com os cientistas da NASA, o eclipse lunar estava para acontecer por volta das seis horas da tarde, momento exato em que Lydia tomava o seu banho de rosas. E em que Joaquim, do outro lado do rio, embaixo do chuveiro, tomava o seu banho com a sua touca de pato que fazia "quack-quack". O gato de Joaquim, Alfredo, gostava de ouvir a rádio esotérica da cidade e ria com escárnio das cartas enviadas pelos fãs. Esotérico, do grego esoterikós. Indivíduo que se interesa por coisas místicas e estudos esotéricos.
Alfredo sonhava em jogar a touca pela janela. O "quack-quack" era a maior representação do kitsch e ele havia inclusive criado um grupo de gatos anti-toucas, tamanha a sua implicância. A lua se preparava junto de Lydia e Joaquim, seus corpos em movimento como a maré em valsa. E foi então que ela comecou a dançar. E sozinha dançava com a esperança real de atrair um corpo celeste que a fizesse não parar de flutuar jamais. A touca de Joaquim, com a força dos passos de Lydia, caiu no chão, era o momento. Sentiu um calor invadir o seu corpo e aumentou a água fria; enquanto Lydia, do outro lado, rodopiava jogando pétalas pelo banheiro, pela casa, a rua, a cidade, os campos... Dizem que foi parar uma pétala no travesseiro do seu pai, do lado esquerdo do peito da sua mãe.
The Blue Violinist, 1947
Doris a aguardava eufórica na manhã seguinte. Queria saber se ela não havia sentido a eletricidade no ar. "Uma química". Ela sorriu e passou um batom rosa-choque na boca de Doris, que não entendeu, mas achou sedutor, e entrou atrás dela falando sem parar que aquela havia sido a melhor noite que ela já tinha passado ao lado do Gonçalves. Doris não sabia, mas enquanto andava e falava seu corpo rebolava criando curvas no ar. "Ele cantou suas marchinhas dentro..." "Cantou o-quê?", perguntou Lydia com um grito agudo, como se escutasse um segredo de uma das suas ex-freiras. Os olhos nestas ocasiões conhecem o céu. Roda-gigante.
Joaquim, que nunca passava em frente ao salão para pegar o seu trem, hoje havia decidido mudar o caminho para não se encontrar com Charles, o vizinho que vendia seguro de vida. Atravessou a rua e, de repente... Eureka! Era Lydia dentro do salão passando rímel nos cílios de uma freguesa. E sorria como se tivesse devolvido vida a aquele olhar amargurado e cansado. Os cientistas da NASA, cronometricamente, se entreolharam, piscaram e voltaram os olhos para a tela do computador.
Au-dessus de la ville, 1924
Joaquim, perdido de afeto, deu uma topada com o pé e a dor lancinante afastou o rosto de Lydia. "Claro! Já viu topada que não tenha sido involuntária", disse para si mesmo e saiu com pressa e vergonha que ela tenha notado a cena. De dentro do salão Lydia arrumava a meia-calça que havia ficado presa no seu anel e recordava o banho de rosas e a sensação de que alguma coisa ou alguém havia lhe tocado.
Gonçalves Dias gostava de ser notado. Entrava no salão com passos de gangster ainda que cheirando a carne e perfume barato. Doris gostava, sempre, e ficava cega ao ver o seu homem. Zoom na meia-calça transparente: a pinta. Gonçalves viu e sentiu desejo. Lydia percebeu e correu com o andar apertado para a cozinha. Um shot de espresso, dois shots de vergonha e desepero. "O Gonçalves, não!" E tentou reproduzir o mesmo olhar de terror de Janet Leigh na cena do chuveiro. Sem sucesso. Doris, parva, apenas abanava-se com o leque vermelho de bolas pretas que carregava sempre na bolsa. Na rádio imaginária de Doris tocava electrotango e ela ia ao encontro de Gonçalves. Enquanto isso, na calçada em frente ao salão um convite no formato de pétala de rosa aguarda Lydia sair para almoçar. "Quer dançar comigo?".
leia a segunda parte deste conto
Champs de Mars, 1954
Françoise Hardy/Iggy Pop
Nastaja Fourie
Certo dito afirma que moda, hoje, é vestir a alma por fora. Mas qual é o ponto em que a alma pode ser publicável a ponto de sairmos com ela para a rua? Um sapato que nos sugere a personalidade? Uma jóia de família? Um tecido que revela certa predileção por produtos naturais? Definitivamente, esses não são dias de moda massificada, mas de uma indústria que nos apresenta tendências flexíveis altamente personalizáveis.
Natasja Fourie jura ter passado sua juventude em escolas para modelos nos grandes centros da África do Sul, mas não é possível saber a que juventude ela se refere no alto dos seus 22 anos. Passava horas desenhando sobre quaisquer superfícies, queria ser arqueóloga, viajar o mundo, mas vêm caminhando pelos pavimentos da fotografia. Para Natasja, os limites da transfiguração de uma alma para fora do corpo podem ir muito mais além do que a escolha da cor de um par de meias e, sendo assim, busca em seus estúdios, de maneira intensa, a exposição do avesso de seus fotografados.
Nem sempre a proposta revela tranqüilidade; Fourie tem olhos para certas perversidades e não se furta em pôr lupa sobre detalhes ridículos, vergonhosos ou feios de seus modelos. É certamente por isso que suas primeiras imagens são bastante documentais; trouxe os próprios amigos para o foco fazendo nascerem fotografias caricaturais extremamente poderosas, ousadas e vibrantes.
Mais um exemplo de jovem artista cujo talento foi revelado pela internet (tudo começou com seu blogue pessoal, hoje desativado); a jovem vive hoje em Londres, onde desenvolve outros trabalhos como o de edição de vídeo. Os trabalhos de Natasja Fourie subvertem o que temos conhecido sobre fotografia de moda e nos abrem uma reflexão mais extrema sobre os dias contemporâneos de espetáculo, em que todos os objetos devem ser manipulados sobre os corpos de modo a apontar e publicar quem somos nós.
Seu site é igualmente imperdível, onde todas as fotografias estão disponíveis em fullview, fazendo justiça aos detalhes. A interatividade insana do endereço é obra do designer Kris Cook.
Nastaja Fourie
publicado em fotografia por priscilla santos | 12 comentários
Certo dito afirma que moda, hoje, é vestir a alma por fora. Mas qual é o ponto em que a alma pode ser publicável a ponto de sairmos com ela para a rua? Um sapato que nos sugere a personalidade? Uma jóia de família? Um tecido que revela certa predileção por produtos naturais? Definitivamente, esses não são dias de moda massificada, mas de uma indústria que nos apresenta tendências flexíveis altamente personalizáveis.
Natasja Fourie jura ter passado sua juventude em escolas para modelos nos grandes centros da África do Sul, mas não é possível saber a que juventude ela se refere no alto dos seus 22 anos. Passava horas desenhando sobre quaisquer superfícies, queria ser arqueóloga, viajar o mundo, mas vêm caminhando pelos pavimentos da fotografia. Para Natasja, os limites da transfiguração de uma alma para fora do corpo podem ir muito mais além do que a escolha da cor de um par de meias e, sendo assim, busca em seus estúdios, de maneira intensa, a exposição do avesso de seus fotografados.
Nem sempre a proposta revela tranqüilidade; Fourie tem olhos para certas perversidades e não se furta em pôr lupa sobre detalhes ridículos, vergonhosos ou feios de seus modelos. É certamente por isso que suas primeiras imagens são bastante documentais; trouxe os próprios amigos para o foco fazendo nascerem fotografias caricaturais extremamente poderosas, ousadas e vibrantes.
Mais um exemplo de jovem artista cujo talento foi revelado pela internet (tudo começou com seu blogue pessoal, hoje desativado); a jovem vive hoje em Londres, onde desenvolve outros trabalhos como o de edição de vídeo. Os trabalhos de Natasja Fourie subvertem o que temos conhecido sobre fotografia de moda e nos abrem uma reflexão mais extrema sobre os dias contemporâneos de espetáculo, em que todos os objetos devem ser manipulados sobre os corpos de modo a apontar e publicar quem somos nós.
Seu site é igualmente imperdível, onde todas as fotografias estão disponíveis em fullview, fazendo justiça aos detalhes. A interatividade insana do endereço é obra do designer Kris Cook.
terça-feira, 26 de abril de 2011
Samba Jazz
Eliane Elias
Joss Stone
Monty Alexander
segunda-feira, 25 de abril de 2011
You dont´t know me
You give your hand to me and then you say "hello", and I can hardly speak, my heart is beating so. And anyone can tell, you think you know me well... but you don't know me.
No, you don't know the one who dreams of you each night, and longs to kiss your lips, and longs to hold you tight. To you I'm just a friend, that's all i've ever been. No, you don't know me.
I never knew the art of making love, though my heart aches with love for you. Afraid and shy, I let my chance go by... the chance that you migh love me too.
You give your hand to me and then you say "goodbye", and then I watched you walk away beside the lucky guy. I know you'll never know the one who loves you so... no, you don't know me.
But I never knew the art of making love, though my heart aches with love for you. Afraid and shy, I let your chance go by... the chance that you migh love me too.
You give your hand to me and then you say "goodbye", and then I watched you walk away beside the lucky guy.
You'll never ever know the one who loves you so... no, you don't know me. I said: YOU'LL NEVER EVER KNOW THE ONE WHO LOVES YOU SO... no, you don't know me.
Fotografia - Luke Powell
O fotógrafo Luke Powell passou grande parte da sua vida em viagem por países distantes. Um dos seus locais preferidos é o Afeganistão. Esteve lá nos anos 70' antes da guerra com os russos e recentemente, depois da guerra com os americanos. As centenas de fotografias que fez desde então mostram-nos uma realidade bem diferente daquela que conhecemos da televisão ou do cinema: a das pessoas como nós na sua vida quotidiana.
Otto – Saudade
domingo, 24 de abril de 2011
Marcus Miller
Marcus Miller
Palavras de poeta
Procuro no sonho o que não tenho na terra
a tua presença serena que em apaixona e em mim guerra.
Por um pedaço de ti. Por ti num completo só meu.
Por libertar palavras que o teu coração não leu.
Procuro algo que me complete e arrebate,
todos os sentimentos, que juro manter de parte.
Quero libertar, quero falar com a terra e mar,
quero abraçar o vento e beijar a gota que te fez chorar.
Por vezes choro, o oposto não se atrai mas repele
embora o amor seja tão forte que tente abandonar a minha pele.
Uma palavra que não diga, uma frase fora do lugar,
será tão significante para tudo desmoronar?
Porque poeta? Por vezes apenas analfabeto.
Apenas tento mostrar aquilo que é correto.
Quero juntar-nos ainda mais, quero ultrapassar manias
quero mostrar-te que te amo, mediante poesias.
Fico sem palavras, não sei como te explicar.
Desculpa o que sou, para sempre vou-te amar.
Poesia
Poesia não são apenas versos agrupados em quadra, são sim um fragmento, pedaços guardados no tempo, de figuras vivendo em nada. É uma caixa de sentimentos, arquivos desiguais de uma vida, uma dor insaciável apenas curada na escrita. Cada palavra é sangue, cada verso uma veia, a poesia o coração que mantêm a chama acesa. A caneta é a melhor amiga de um poeta, a ponte inexistente entre o papel e mente aberta. Um ser descoberto a confissão de uma vida, a sua deceção e ilusão, em cada poema uma ferida.