Minha Desgraça       
Minha desgraça não é ser poeta,       
Nem na terra de amor não ter um eco,       
E meu anjo de Deus, o meu planeta       
Tratar-me como trata-se um boneco...       
Não é andar de cotovelos rotos,       
Ter duro como pedra o travesseiro...       
Eu sei... O mundo é um lodaçal perdido       
Cujo sol (quem mo dera!) é o dinheiro...       
Minha desgraça, ó cândida donzela,       
O que faz que o meu peito blasfema,       
É ter para escrever todo um poema       
E não ter um vintém para uma vela.       
Álvares de Azevedo
domingo, 3 de abril de 2011
Minha Desgraça
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