sexta-feira, 24 de junho de 2011

Edgar Martins

o diálogo silencioso na fotografia

 

Edgar Martins, fotógrafo português residente em Londres, ganhou o prémio BES Photo em 2009 e é considerado por alguns um novo talento da fotografia contemporânea. Focando-se nos espaços vazios, o artista pretende estabelecer um diálogo através da simbiose do factual e do ficcional.

edgar, fotografia, martins

A representação do espaço (e da sua ausência) tem contornos de grandeza na fotografia de Edgar Martins, português de 33 anos natural de Évora que reside e trabalha em Londres. A sua objectiva não captura rostos de seres vivos, centrando-se nos espaços vazios, muitas vezes tidos por garantidos ou subvalorizados.

A fotografia surgiu a este artista como um meio de expressão sequencial. Depois de se ter dedicado à escrita até aos 18 anos, descobriu o seu fascínio pela imagem visual e pela fotografia em particular. Se, por um lado, é possível usá-la como uma prova do mundo real, pode também transmitir perplexidade ao público com um toque de ficção. O autor define o seu trabalho como uma "suspensão da incredulidade do espectador", retomando a expressão célebre do poeta Coleridge. Através das imagens dos espaços solitários de Edgar Matins nasce um "diálogo silencioso" que cria um elo entre o drama humano do real e o mito romântico fantasiado.

As imagens que vemos assombram-nos pela sua surrealidade sombria e pela geometria pós-moderna em torno dos elementos capturados. Os trabalhos são estudados antes de serem concretizados e podem levar dias de pesquisa. Articulando o analógico e o digital, o resultado potencia as complexidades e desafia a lógica, numa tentativa de juntar o que é facto e o que é ficção.

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Como referências, além de artistas plásticos e escritores, Edgar Martins identifica-se com fotógrafos como Patrick Tosani, John Stezaker e Olivier Richon, artistas com uma perspectiva contemporâna da arte forográfica.

Martins ganhou o prémio BES Photo em 2009 e tem colaborado com diversas publicações internacionais. Depois de ter feito um trabalho exclusivo para o jornal New York Times, foi acusado de manipulação digital, hoje assumida plenamente pelo autor. A sua próxima exposição será itinerante, marcando presença em 5 museus britânicos, 3 museus americanos e asiáticos e cerca de 9 galerias mundiais.

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