sábado, 23 de outubro de 2010

HELENA FRONTINI

98

 

Limbo

Estou dolente em compasso de espera.

Não sei se fico ou se vou mundo afora.

Há tanto a ser vivido, sentido, realizado

E eu amarrado e perplexo nesta esfera.

Numa redoma dourada que me sufoca

Ao revés de meu sonho vaticinado...

Sair significa tentar o que ficou olvidado

Abrir mão de minha comodidade certa

Deixar o itinerário tantas vezes seguido.

À procura de meu destino amortalhado

Tão desejável quanto uma porta aberta

Ao mundo que me trás escondido.

-Helena Frontini-

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